Aves

Por José Florentino — São Paulo

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) deve se pronunciar contra o projeto de lei que proíbe a criação de galinhas em gaiolas. Em nota técnica obtida pela Globo Rural, a entidade de classe afirma que a proposta é desproporcional ao prever sanções e fechamento de empresas, além de interferir em assuntos técnicos, que são de competência do Ministério da Agricultura.

O projeto de lei 5.092 de 2023, de autoria dos deputados Luciene Cavalcante (Psol) e Felipe Becari (União), ambos de São Paulo, quer proibir a criação de galinhas em sistemas que utilizam gaiolas.

O texto foi apresentado em outubro e, neste momento, aguarda o parecer do relator na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) da Câmara dos Deputados, Vicentinho Júnior (PP-TO).

Na nota, a ABPA recomenda que o projeto seja rejeitado ou arquivado por interferir na ordem econômica sem uma avaliação prévia dos impactos. A associação defende que o Estado deve evitar “sobressaltos normais e regulatórios” que possam “causar mais prejuízos que benefícios”.

Procurada, a ABPA diz que a nota técnica ainda está em discussão junto aos associados. “A versão final do posicionamento somente será conhecida após amplo debate entre os entes do setor”, frisa a associação.

Problemas

Segundo a nota técnica da ABPA, o PL obriga a eliminação do sistema de gaiolas até 31 de dezembro de 2030, prevê multas de 2% sobre o faturamento das empresas (limitadas a R$ 5 milhões) e determina que o governo crie uma linha de crédito específica para a iniciativa.

A associação diz que o projeto atende a reivindicações de organizações não governamentais que atuam na defesa dos animais, visando repercutir no Brasil os compromissos assumidos pela União Europeia e ainda não implementados integralmente pelo bloco econômico.

“Na justificativa do PL foram apresentados vários motivos altruísticos, mas nenhum estudo técnico que fundamente o prazo estabelecido para eliminação do uso de gaiolas ou a adequação do modelo de sanções proposto no PL”, reforça a ABPA.

A associação diz que o Ministério da Agricultura já vem trabalhando para eliminar o uso de gaiolas na criação de aves e diversas empresas nacionais têm implantado programas de bem-estar animal e investido neste que é “um dos vários da crescente pauta de sustentabilidade”.

“O prazo para a transição desejada pelo PL envolve investimentos, alterações operacionais, manutenção da produtividade e afeta preço dos produtos, que se mal medido resulta e inflação dos alimentos”, alerta a ABPA.

Mais recente Próxima Brasil dobra exportações de ovos em novembro
Mais do Globo Rural

Os juros finais poderão passar de 17% ao ano em alguns casos

BNDES detalha linha com juros acima de 10% ao ano

Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, até mesmo os grãos colhidos que estavam nos silos terão perda total

Estamos assistindo a um verdadeiro tsunami, diz presidente da Fetag

Animais eram de fazenda na ilha do Lage que foi invadida pela enchente do rio Jacuí

Búfalos trazidos pela correnteza invadem ruas de Porto Alegre

Risco para novos deslizamentos e inundações de rios é grande diante dos altos acumulados

Chuva perde força, mas enchentes não vão cessar no fim de semana; veja previsão

Muitas propriedades estão alagadas e isoladas devido à queda de barreiras

Chuva no RS afeta entrega de 40% de leite para a indústria

Com cidades isoladas e bloqueios em diversas rodovias, os transportadores enfrentam desafios para garantir a entrega de mercadorias

Gaúchos podem enfrentar desabastecimento de alimentos a partir da próxima semana

Caso se confirme, volume de vendas será 2,4% maior do que o do ano passado

Agrishow anuncia R$ 13,6 bilhões em 'intenções de negócios'

A expectativa do governo brasileiro é que sejam destinados até US$ 300 milhões para essa ação

Brasil e Japão firmam acordo para recuperação de pastagens degradadas

Perspectiva para a safra de robusta melhorou e puxou queda nos valores do arábica na bolsa de Nova York

Café arábica segue com preços em queda após desvalorização do robusta

Analistas relatam falta de chuvas para lavouras nos EUA e também na Rússia, maior produtor mundial

Condições da safra de trigo preocupam e preço sobe 3% em Chicago